sábado, 11 de janeiro de 2014

O TRISTE LEGADO DE ARIEL SHARON


Morre Ariel Sharon após oito anos de coma.  Com todo o respeito ao povo judeu, esse homem está para mim longe de ser  um herói ou exemplo a ser seguido.  Odiado pelo povo palestino, no início da década passada, quando a OLP e Israel estavam a um passo de selar um acordo de paz, visitou território palestino considerado sagrado; intuito: acirrar os ânimos do povo subjugado e jogar por terra a então iminente conciliação.  Seu objetivo foi alcançado, e a guerra perdurou até os dias de hoje.  Muitas mortes, flagelos e tragédias continuaram acontecendo em decorrência do seu gesto provocativo.   E um povo (palestino) dominado permaneceu sob o jugo do outro, e muitas vidas vêm sendo ceifadas até a presente data por conta dos conflitos.  Nenhuma criatura deveria viver sujeita aos desmandos de outra, muito menos nenhuma gente deveria viver tiranizada por outra.  Por isto, não vejo motivo algum para lamentar a morte de um homem que tantou mal causou a tantos homens.

Barão da Mata

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A MINHA GRANDE IMBECILIDADE EM TER TENTADO CONTAR COM A GLOBO

tomei conhecimento de que o "Fantástico" veiculou uma matéria em que ensinava como preparar uma tartaruga para degustação.  Mas que imbecil eu fui!  Acho que eles se cansaram de fazer o papel do policial bonzinho.  Sugiro que nas próximas edições instrua o público sobre como cortir couro de onça, caçar tatu, anta, paca, lobo-guará, capivara, etc...
É ISSO AÍ! MOSTRA, GLOBO, A TUA CARA!

2014

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A PESCA PREDATÓRIA EM NITERÓI E A INDIFERENÇA DAS AUTORIDADES QUANTO AO SEU PAPEL


Praia de Itaipu: o que poderia ser um paraíso

No sábado, 03 de janeiro de 2014, fui tomar umas cervejas na praia de Itaipu, Niterói e, num determinado momento, ouvi uma barulheira, uma certa algazarra ao redor, mas não me abalei, porque em geral sou indiferente ao que a turba faz à minha volta.  A moça que conversava comigo, entretanto, chamou-me a atenção para o fato de tratar-se de pescadores que haviam invadido a praia, que é área de preservação ambiental, e que ainda haviam pescado, entre peixes,  tartarugas - que a todo momento põem ali a cabeça fora d'água para respirar.  Levantei-me de imediato para conferir e, quando me disseram que haviam pegado peixes e quelônios, fiquei indignado e comecei a gritar desesperadamente que aquilo era pesca predatória e que não podia continuar.  Não fora preciso porém que eu me manifestasse, porque, dos dois barcos que ali predavam, trazidos por duas traineiras,  um já fora apreendido com uma rede por banhistas e alguns voluntários que protegiam o balneário. 



A embarcação foi suspensa do chão e levada com a rede para uma área da areia bem distante das águas.  Era uma malha extremamente minúscula, mal passaria pelos orifícios algo do calibre de uma caneta esferográfica.   Estávamos todos muito indignados, e eu liguei para o serviço 190 da PM, onde se limitaram a me informar o número de telefone da Capitania dos Portos, que eu nem sequer pude ouvir por conta do barulho à volta. 
Mais de uma hora após a apreensão do barco, compareceu um fiscal do INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e limitou-se a chamar uma viatura para recolher  o bote com a rede, da qual uma testemunha levou um pedaço para tentar fazer prova policial.  Esta pessoa pedia, inclusive, que a Guarda Costeira fosse contatada imediatamente, pra que se pudesse lavrar o flagrante, mas o representante do Instituto parecia mouco aos seus e nossos apelos. 
Fiquei por ali até quase nove da noite, deixando os homens a discutir, entre os quais havia um que informou que filmara tudo.  Agora, morador do Rio, saí de Niterói umas duas horas depois e não sei o desfecho que teve a história.   
O que sei é que a Guarda Costeira não foi acionada, que alguns banhistas afirmaram que outros episódios de pesca de mariscos, sardinhas de ínfimo porte e tartarugas são frequentes naquela região e que a guarda Costeira, quando chamada, nem sequer se abala.  Mais ainda: disseram que aqueles piratas vêm do sul país em busca de iscas para atuns, que "limpam" todas as pedras marinhas de toda forma de vida que nelas se incrustam, que pescam os maiores e os menores filhotes de peixes que por ali se aventuram e não perdoam as tartarugas, prato muito servido em restaurantes que se dão a querer servir comidas exóticas.
Cheguei a uma certa hora a receber um telefonema da polícia, que perguntou se os piratas estavam em terra ou no mar, ao alcance das viaturas.  Respondi que estavam ao largo (os banhistas e pescadores não os prenderam) e ouvi que então nada mais os policiais podiam fazer, sendo então a questão de competência das autoridades marítimas.
As perguntas que me faço e nos faço são:  por que, quando liguei, a PM não fez imediato contato com a polícia marítima, já que isto, sim, era de sua competência?  Que papel têm neste contexto a Capitania dos Portos e a Guarda Costeira? 
No dia seguinte, à tarde, liguei para a TV Globo, tentando sugerir a matéria ao "Fantástico", porque tinha certeza de que pouca coisa aconteceria se a imprensa não fosse mobilizada.  Passei todos os detalhes que tinha, inclusive o nome do bote apreendido: SKIPER II.  O que depreendi foi que, se o assunto não interessar à Globo, tudo, inclusive as tartarugas que supostamente (ou realmente) foram capturadas e neste momento já foram provavelmente degustadas, será mais um crime ambiental que ficará impune.
Dias antes já ligara eu, aqui do Rio, para a prefeitura do Munícípio e especificamente para a Secretaria de Proteção e Defesa aos Animais, dando conta do desaparecimento e dos rumores de possíveis maus tratos a animais, e a entidade não se dispôs a mandar um fiscal sequer para apurar a questão, afirmando que o caso era para autoridade policial. Assim, eu teria de saber o culpado ou culpados e ainda ter testemunhas, além de  de peticionar formalizando a acusação.
Outra pergunta que faço é a seguinte: por que os órgãos de fiscalização, policialmento e repressão de crimes no Brasil não funcionam?  É como se se recusassem assumir o seu papel e as suas atribuições.  A última pergunta que faço a mim, aos governos em todos os âmbitos e à própria mídia é: se os órgãos encarregados de certas  funções não as cumprem, que país, por favor me digam(!), que país é este onde vivemos?  

Barão da Mata