domingo, 20 de setembro de 2015

AS DOUTRINAS E IDEOLOGIAS SÃO O CALABOUÇO DO PENSAMENTO

Não gosto de doutrinas e ideologias porque elas tolhem o pensamento.   Porque prentendem (e geralmente conseguem) que seus seguidores pensem de acordo com um modelo padronizado a ser rigorosamente obedecido.  Assim ficam delimitados os campos da concepção de ideias, do discernimento, da criatividade,  da visão sobre a vida e o mundo, da própria individualidade de cada um.
Digo-o hoje com muita propriedade porque durante vinte anos de minha vida pensei dentro dos limites dos padrões estabelecidos por ensinamentos  de uma esquerda na qual não creio mais.  Nunca militei ou me filiei a qualquer partido político, mas pensava como um socialista democrático, como se um  dia no mundo algum país houvessse conciliado socialismo e democracia, como se o socialismo houvesse sido praticado de verdade e não fosse unicamente  uma utopia que tornou-se objeto de manipulação de mandachuvas autoritários, para que estes se locupletassem e abrissem para si e seus asseclas um verdadeiro paraíso de regalias com enriquecimentos obtidos por meio de vastíssimos oceanos de corrupção.    
Nas religiões a forma de amoldar as ideias é bastante semelhante  à da política.  Assim como no socialismo há Marx (que nunca li) e outras publicações,  a base das religiões cristãs, como o catolicismo, o protestantismo e kardecismo ( que é um espiritismo cristão, sim!) é a Bíblia com os seus evangelhos, cartilha que se deve seguir à risca.  Em todas as religiões calcadas em Cristo há sobretudo uma obriogatoriedade intransigente de se crer em Deus.  No caso específico do espiritismo de Allan Kardec (1804-1869), nunca ninguém aventou a possibilidade de o estudioso francês haver tido a necessidade de alinhar suas ideias à fé dos cristãos por receio de aquelas e ele próprio serem cruelmente pisoteados pela intolerante Igreja Católica.  
Assim  como ao Kardecismo, frequentei uma filosofia chamada Racionalismo Cristão, que vê Jesus como filósofo maior, mas não crê em  uma entidade única a comandar o Universo com todas as suas galáxias e dimensões: em outras palavras, não crê em Deus, mas que uma infinidade de espíritos evoluídos imbuam-se da incumbência de ajudar e socorrer os humanos.  Não é por isto, todavia, que tal filosofia que vejo como religião não obedece a uma doutrina tão lacrada a discussões e questionamentos como as outras.
O problema maior das doutrinas é que acabam, não sempre intencionalmente, abrindo espaços para que seu secto (ou parte considerável deste) incida na intolerância e nas práticas fundamentalistas,  como acontece onde se vive sob os desígnios da fé comunista,  como ocorre no Brasil, onde alguns grupos criminosos de protestantes atacam os adeptos de religiõeas africanas e de outras formas de espiritismo; como é onde se tem a presença de partidários do fundamentalismo islâmico e de atrocidades  decorrentes deste.  Este tipo de intolerância logicamente abriga três vertentes: uma que é verdadeiramente cega, irracional e defende a fé como defendesse Deus e própria vida,  uma segunda, que não pretende mais do que manter os próprios privilégios e preservar a solidez da estrutura que a favorece, e a última, que reúne em si os dois quesitos. 
Embora tenha mencionado os casos em que as ideologias e doutrinas têm desdobramentos mais graves, meu intuito é ocupar-me das situações mais prosaicas, em que o comprometimento do discernimento e da concepção do pensamento não provoca assassínios e tragédias.   De modo que insisto em que a religiosidade não precisa obedecer a um parâmetro ou critério estabelecido.  Da mesma forma como, apesar de não mais crer  no socialismo (a não ser como utopia), defendo veementemente uma distribuição de renda mais justa e milhões de anos-luz distante deste neoloiberalismo demoníaco e perverso praticado no Brasil e no mundo.  No Brasil, sim, porque os governos petistas são tão capitalistas quanto os pessedebistas, com a diferença de que os primeiros(petistas) são populistas. O país pode melhorar muito socialmente se os salários forem menos  irrisórios, e os tributos, justos e permitirem uma carga maior sobre os ombros dos realmente abastados, se o Estado arcar com a saúde, a educação, a segurança, a infraestrutura de um modo geral, e com a liberação de verbas para uma política habitacional  genuinamente séria, sem que isto implique na estatização das fábricas, comércios, dos meios de produção em geral ou mesmo do sistema financeiro.  Haveria então mais justiça na divisão de recursos sem uma cartilha socialista (sem doutrina).
Em conclusão, embora a minha dificuldade (mas não impossibilidade) de crer na existência de algo além da vã filosofia entre o céu e a terra, não me sinto compromissado com minha condição materialista atual.  Por isto, entre mil outras razões, penso que um ser humano não deve e não pode deixar suas ideias se restringirem às paredes do encarceramento intelectual que representam as doutrinas e ideologias.

Barão da Mata

terça-feira, 17 de junho de 2014

FRANCISCO DE ASSIS, ALBERT SCHWEITZER E O RESPEITO À VIDA

Toda forma de vida é respeitável e sagrada. Não sagrada na acepção mística da palavra.  Mas sagrada pela sua suma importância. Imaginar-se nos estertores da morte é um meio de se tentar aprender a respeitar a vida e o bem-estar alheio.  Albert Scheitzer (1875-1965) http://www.cobra.pages.nom.br/fc-schweitzer.html   http://www.saocamilo-sp.br/pdf/bioethikos/103/8.pdf  já dizia que, "quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes".   Francisco de Assis  http://pensador.uol.com.br/autor/sao_francisco_de_assis/biografia/, ainda no século XII, nutria um verdadeiro zelo e reverência ao direito de viver das criaturas; por isto vejo-o como talvez  o mais bondoso homem que o mundo já viu.  
Há seres que são respulsivos e até extremamente nocivos e que precisamos até eliminar  em defesa da própria saúde e integridade física, mas que não são culpados por serem o que são, pelo fato de natureza não lhes haver dado alternativa senão vir ao mundo como vieram, com as características e modo de ação que têm.  Não foi Deus que os criou como perniciosos, mas as  próprias condições naturais que  fazem  que nasçam como a forma de criaturas que são e assumam no meio ambiente um papel destrutivo, sem que possuam a mínima consciência do mal que fazem, já que não têm condições de obter  princípios morais ou o menor  senso dos estrados que provocam.
O mais espantoso é o fato de o homem, provido de razão e de noções do que são boas e más práticas, ser o único ser que mata ou  inflige sofrimento a todos os outros seres, inclusive seres humanos,  quer por maldade, leviandade ou ganância.




Barão da Mata

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A DESCRENÇA E ALGUNS FENÔMENOS SEM EXPLICAÇÃO

Em primeiro lugar, peço que não abandonem a leitura e atentem para as minhas ponderações. Em segundo, que não me apedrejem, assim como os povos do Oriente Médio apedrejavam (e alguns ainda apedrejam) as mulheres adúlteras. Não faço um exercício de irreverência ou sarcasmo, mas de reflexão.
A própria vastidão do cosmo descarta a possibilidade da existência de Deus,  porque nenhum ser ou entidade poderia ter o poder de saber e manejar tudo em tão imensurável amplidão. A inexistência de Deus, entretanto, não jogaria por terra qualquer possibilidade de haver vida após esta vida - do mesmo modo como a existência de uma coisa não traria necessariamente a reboque a de outra, porque um fator é independente do outro. O Universo é o caos, com explosões, choques de meteoros, buracos negros, etc, e nenhum deus ou espírito poderia ter controle sobre tamanha balbúrdia natural.
A história de Jesus é cercada de controvérsias. Em Mc, 3-20/21, vemos  que, quando o nazareno começou suas pregações, Maria, ao tomar conhecimento de tal atividade, teria dito:”Ele está fora de si.” Estranha afirmativa para quem teria sido fecundada pelo Espírito Santo para dar à luz seu filho e disso estaria ciente. Por outro lado, há alguma versão de que o messias não teria sequer existido.
Não se encham de revolta e indignação. Não é minha intenção blasfemar nem provocar ninguém, mas unicamente reproduzir questões narradas por outrem e nos levar a refletir. 
Tudo o que eu disse seriam indícios de que nada existe, se não aduzisse o que vem a seguir.
Precisamos analisar , contudo, uma série de fenômenos sem explicação de que tive relato ao longo de minha vida, dentre os quais apresento aqui alguns.
Começo pelas narrativas domésticas, mas não me limitarei a elas. Minha filha mais nova, quando ainda adolescente, contou-me que certa vez conheceu duas outras meninas que a levaram à casa onde moravam, entre conversas e conversas mostraram-lhe um álbum de fotografias onde minha menina identificou um senhor que dissera ter visto ao portão da residência. Foi admoestada pelas recentes amigas, que disseram-lhe para não brincar com certas coisas, porque o homem era pai daquelas e se matara mais de um ano antes.
Noutra ocasião, minha mesma filha, já adulta, ouviu de madrugada ruídos no andar do prédio onde morava, olhou pelo olho-mágico e avistou um ex-colega de escola. Não abriu a porta e não fez nenhum alarde porque imaginara que o rapaz estivesse envolvido com alguma vizinha. Calou-se por discrição. No dia seguinte, entrou no Orkut (naquele tempo ainda não havia Facebook) para dizer algum gracejo ao menino e, acessando a página deste, viu uma mensagem da sua mãe, de quase um ano, dando conta de sua morte.
Conheci uma moça que me contou que sofrera uma intervenção cirúrgica na qual esteve entre a vida e a morte. Disse ter-se visto deitada na cama de hospital, rodeada de médicos que lhe pediam que reagisse e cujas cabeças não conseguia ver, pois eram focos de luz.
Uma vez uma psicóloga americana, numa reportagem muito antiga, afirmou que nada têm de metafísico os fenômenos em que a pessoa se vê de fora do corpo, por ter ( a psicóloga) enxergado a si própria num período em que passava por alto estresse (que seria o motivo) em virtude de estar estudando ostensivamente no período de faculdade. Esqueceu-se a estudiosa de tentar explicar como se avistara do alto, sem espelho e com que olhos, se os seus estavam no próprio corpo que via. Enquanto negava a incidência da Metafísica no que ocorrera, acabou por admitir a consciência fora da matéria.
Vi uma engenheira dar entrevista mais de uma vez a programas de tevê acerca do assunto de que trato. Relata que sofreu um acidente de automóvel junto com um amigo. Viu-se do alto, em companhia dele, com quem, confusa, comentava o que estava acontecendo. Num dado momento, disse-lhe que voltaria, enquanto o homem afirmava que não retornaria. Quando a narradora voltou ao corpo, sentiu todas as dores do acidente e viu que o amigo morrera.
Vivi com uma mulher que tinha o que, segundo o ponto de vista dos espíritas, seriam dons mediúnicos. Era formada em Psicologia, e um dia tive um sonho meio estranho sobre o qual ia perguntar-lhe. Desisti no entanto, por achar irrelevante. Vindo do banheiro, porém, ela  me indagou: “Qual foi o sonho que você teve e o que ia me perguntar? “ Noutra feita, a mesma pessoa me perguntou se, na infância, não havia um coleguinha com quem eu brincava mais do que com os outros e se depois da adolescência tivera eu alguma notícia da pessoa. Respondi que não. Fui alertado para o fato de que poderia ter ele morrido. Não liguei nem acreditei. Uns dois anos depois encontrei um conhecido comum, perguntei-lhe sobre o amigo de infância e obtive a confirmação de que fora assassinado por traficantes, por ser irmão de um policial (também morto por bandidos).
Vi uma vez uma parapsicóloga, num programa de tevê, afirmar categoricamente que não há visão de espíritos, mas tão somente de reflexos ou resquícios das pessoas que viveram em certos lugares e são captados por pessoas com uma sensibilidade maior, e que os tais resquícios seriam assim como as imagens das tevês antigas, que sumiam segundos após serem desligados os aparelhos. Ou seja, a tevê está desligada e sem funcionar, como morta, e a imagem está ali por alguns segundos, mas não significa nenhum sinal de vida ou atividade pós-desligamento do aparelho. Perguntada, entretanto, sobre sua religião, a parapsicóloga se disse católica. Assim não há o menor cabimento: não crer numa continuação da consciência e acreditar em milagres feitos com um estalar de dedos, em santo disso e santo daquilo, que não há  espírito mas alma à espera de um julgamento de Deus para destinar-se ao Céu ou ao Inferno, tudo isto é viver um verdadeiro conto de fadas. Do meu ponto vista a especialista perdeu ali toda a autoridade para versar sobre a matéria, pois renegou a pesquisa e professou o simplismo.
Várias pessoas me contaram que tiveram predições. A História registra que o presidente Abraham Lincoln, dias antes de morrer, sonhara que havia um velório na Casa Branca e, perguntando a um funcionário “quem estava morto na Casa Branca”, recebera como resposta: “o presidente”.
Um episódio filmado e amplamente divulgado foi o momento em que Júlio Rasec, tecladista de “Os Mamonas Assassinas” fala de ter tido “um sonho esquisito, em que o avião caía”.
Haja o que houver, se algo houver realmente, nenhuma religião, filosofia, seita, tem condições de explicar. Não passa pelo Candomblé, pela Umbanda, Catolicismo, Protestantismo, Kardecismo, Budismo, etc... Muito menos pela Bíblia, porque o Livro nasce do embuste do rei Josias, como narrado por Will Durant em “História das Civilizações”.
As divergências entre a ciência e a religião são a mais visível e gritante manifestação da burrice humana, porque fincam pé na intransigência e nos radicalismos e não conjugam esforços para uma pesquisa profunda sobre o assunto. Porque ambas, ciência e religião, são sectárias e dogmáticas, e dogmas, doutrinas, sectarismos, tolhem, limitam, encolhem o pensamento humano.
Oportunamente, voltarei à questão aqui apresentada.

Barão da Mata

sábado, 22 de março de 2014

PARA ELES, ECOLOGIA É FRESCURA DE DESOCUPADO

 
PARA ELES, ECOLOGIA É FRESCURA DE DESOCUPADO

Uma e quarenta e cinco da manhã e do apartamento onde moro, num prédio encravado no meio de um mundo de cimento, ferro e asfalto, ouço o canto agoniado de uma maritaca. É frequente eu ver e ouvir bandos dessas aves voando e soltando seus gritos desesperados por aqui. Sinto-me profundamente entristecido e odiento pelo fato de um animal silvestre tentar sobreviver num ambiente tão inóspito, por conta da invasão do seu habitat pelos humanos, graças à anuência irresponsável, perversa e sórdida dos gestores públicos, para os quais nada é relevante senão os votos que capitalizam em virtude de permitirem a favelização das serras e morros, as vantagens que auferem em consentirem a construção de condomínios e bairros em áreas inadequadas como matas, florestas, bosques. Fosse o Brasil um país sério, e essa  escória estaria respondendo por crimes ambientais em longa permanência nas cadeias.
Ouço e vejo micos, gambás e gaviões nos lugares mais impróprios, em meio a postes, fios de rede elétrica, muros de casas, telhados de apartamentos, árvores de zonas urbanas, à mercê das crueldades dos boçais perversos que não os respeitam e se lixam para o fato de que os bichinhos só estão tentando a sobrevivência nas áreas que lhes ficaram após terem visto suas casas roubadas, arrebatadas por invasores e especuladores imobiliários . Não tenho dúvida de que isto ocorre também em países estrangeiros, mas não podemos administrá-los, e o fato de o seu vizinho ser impunemente pedófilo não lhe dá o direito de copiá-lo. Não me conformo com tanta crueldade e tanto descaso com o meio ambiente.
As enchentes e secas, os calores insuportáveis que vêm ocorrendo sobretudo aqui no Rio são os frutos que colhemos por conta da maldade e calhordice desses elementos.
O Brasil é uma vergonha em matéria de política ambiental, um país que não não tem o menor respeito por seus habitantes, a natureza e a questão ecológica. Não dá aos seus cidadãos nenhum motivo de orgulho. Também pudera. O que se poderia esperar de um país onde o viaduto da Perimetral é derrubado, roubando dos cariocas doze pistas de acesso ao Centro da Cidade? Que expectativa podemos ter de uma nação que engana os carentes com bolsa-família ao invés de tentar minimizar de um modo sério e efetivo a questão da miséria?
Terra de muitas falácias e abundante e impune corrupção, como poderia se preocupar com assuntos como preservação da natureza? Nada aqui é importante além da locupletação dos políticos: ecologia, assim, é só uma preocupação e excentricidade de quem não tem nada para fazer. Pobres animais vitimados pela safadeza nacional.

Barão da Mata

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

NÃO APOIAMOS VÂNDALOS DE ALUGUEL E ASSASSINOS

NÓS, DE "OS PENSADORES DE BIROSCA", E "VISÃO E VERDADES", SEMPRE APOIAMOS OS MANIFESTANTES VERDAEIROS, MAS JAMAIS ESCREVERÍAMOS UMA VÍRGULA EM PROL DE VÂNDALOS ( DE ALUGUEL OU NÃO) OU ASSASSINOS.

BARÃO DA MATA 
LEÔNIDAS FALCÃO
MI GUERRA
JULIANA BRAGA

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

ESTAMOS MESMO VOLTANDO AOS TEMPOS DA BARBÁRIE?

Por menos que queiramos reconhecer, vivemos nos dias de hoje o mesmo tempo de barbárie vivido na Antiguidade.  Falo de barbárie nas relações entre os homens - com a explosão da violência (como em Roma, Grécia, etc...) - ,  na área social, onde a mão-de-obra é explorada de maneira quase escravista (Não podemos deixar de considerar que a escravidão só foi abolida porque pagar um salário irrisório é muito mais  barato do que alimentar e dar saúde a um escravo), onde as políticas sociais genuínas vão sendo pouco a pouco suprimidas.
Se decênios atrás os governos tinham papel social, a revitalização do caduco e cruel liberalismo econômico (sob o nome neoliberalismo) deu-lhes outra função muito diversa, que é a de sustentar a solidez financeira das empresas em prol unicamente das empresas, relegando os trabalhadores a meras peças de trabalho com o encargo de produzir a cada vez mais, sem no entanto colher os frutos do próprio empenho.  Exemplo disto é o fato de os empregados coreanos trabalharem lonquíssimas horas em troca de ganhos absolutamente insuficientes, quer na China como em outros países da Ásia e da Europa.  É a neoescravização das classes trabalhadoras, a nova miserabilização dos pobres, que se arrima na antidemocracia dos países desenvolvidos para os estrangeiros e no autoritarismo ou despotismo esclarecido, para seus próprios povos, de inúmeras nações africanas, latinoamericanas e européias oriundas do extinto Pacto de Varsóvia.  
A tentativa de Portugal, Grécia, França,  Estados de direito mais dignos da expressão, no sentido de reformar a previdência e suprimir ou reduzir direitos sociais bem corrobora o que digo.
No campo das relações internacionais, enquanto algumas décadas atrás os países mais poderosos, como os Estados Unidos,  agiam com mais sutileza e um certo cuidado diplomático antes de empreenderem uma invasão ou carnificina, hoje este tipo de prática se dá de forma evidente, clara, sob o nariz e os olhos arregalados da opinião pública mundial.
Se nos ativermos ao caso específico do Brasil, que não enfrenta nenhuma guerra internacional, vemos que age com complacência na guerrilha urbana em prol do crime que enfrentamos.  Motivos? Negligência, desinteresse por parte das autoridades quanto ao caos urbano que vivemos, envolvimento de alguns homens incumbidos de lutar contra práticas facinorosas, preocupação exacerbada dos políticos em não trabalharem senão para a conquista de um novo mandato já a partir do dia em que tomam posse.   Mais: a violência urbana há muito deixou (se um dia foi) de ser razão de preocupação para os que vivem da carreira política.
E por aqui não só se negligencia sobre a violência e a segurança, mas também sobre a educação, a habitação e a saúde, e isto é um fator gerador de guetos de produção de criminalidade em larga escala. 
Como repito há muito tempo, todos nós, trabalhadores, dirigentes públicos e privados, pequenos e médios empresários, somos como bilhas que auxiliam no movimento de engrenagens imensas, sendo importantes apenas quando agrupados, pois juntos fazemos girar a pleno vapor essa gigantesca roda que só resulta  em frutos para as famílias e grupos mais abastados do planeta.  Da mesma forma como no passado o mundo produzia para que o resultado de tanto labor fosse revertido para os poderosos de Roma.
A meu ver, infelizmente, de nada adiantariam revoluções e mais revoluções, guerras e mais guerras, sublevações e mais sublevações, porque o sistema tem um instinto de autopreservação demasiadamente aguçado e conseguiria sobreviver a qualquer coisa que se parecesse com mudanças, inserindo seus representantes em toda hipotética nova ordem, para recuperar com impressionante brevidade os espaços que aos olhos mais ingênuos parecessem perdidos.
Em conclusão, o que digo é que, apesar do aumento da incidência dos casos de crueldade nos últimos não indicam que estejamos voltando aos tempos da barbárie, mas que a barbárie, sim, é que nunca se ausentou dos tempos. 

Barão da Mata

sábado, 11 de janeiro de 2014

O TRISTE LEGADO DE ARIEL SHARON


Morre Ariel Sharon após oito anos de coma.  Com todo o respeito ao povo judeu, esse homem está para mim longe de ser  um herói ou exemplo a ser seguido.  Odiado pelo povo palestino, no início da década passada, quando a OLP e Israel estavam a um passo de selar um acordo de paz, visitou território palestino considerado sagrado; intuito: acirrar os ânimos do povo subjugado e jogar por terra a então iminente conciliação.  Seu objetivo foi alcançado, e a guerra perdurou até os dias de hoje.  Muitas mortes, flagelos e tragédias continuaram acontecendo em decorrência do seu gesto provocativo.   E um povo (palestino) dominado permaneceu sob o jugo do outro, e muitas vidas vêm sendo ceifadas até a presente data por conta dos conflitos.  Nenhuma criatura deveria viver sujeita aos desmandos de outra, muito menos nenhuma gente deveria viver tiranizada por outra.  Por isto, não vejo motivo algum para lamentar a morte de um homem que tantou mal causou a tantos homens.

Barão da Mata